28.2.08
Requiem
há mortos que demoram a morrer
é inútil sepultá-los eles voltam
demoram-se por vezes numa sombra
num braço de cadeira ou no rebordo partido
de uma chávena. ou então escondem-se
em pequenas caixas sobre as mesas.
há objectos que ficam cheios deles
são como o resto transmudado dos ausentes
sua marca na casa e no efémero.
por isso custa tanto retirar o prato e o talher
arrumar os fatos desfazer
a cama. há mortos
que nunca mais se vão embora.
há mortos que não param de doer.
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5 comentários:
.
assim os fazemos vivos por nós e para nós
se os agarrarmos não poderão partir
a sua presença ao nosso lado é um sentir
inúmeras são as vezes que ouvimos sua voz
Desfaço-me rapidamente do prato e do talher...
.... mas guardo-o na caixa....
Beijo
Por vezes, até, não morrem.
Sobra a eternidade em nós!...
abraços!
há.
pois há
beijos
(poema-dor)
dos mortos que demoram a morrer... bonita canção.
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