29.7.08




crespúsculo - david mourão ferreira


é quando um espelho, no quarto,
se enfastia;
quando a noite se destaca
da cortina;
quando a carne tem o travo
da saliva,
e a saliva sabe a carne
dissolvida;
quando a força de vontade
ressuscita;
quando o pé sobre o sapato
se equilibra...
e quando às sete da tarde
morre o dia
- que dentro de nossas almas
se ilumina,
com luz lívida, a palavra
despedida.


5 comentários:

m disse...

É como um ciclo vicioso e como elementos indissociáveis, portanto.

:)

beijinhos

Maria disse...

Dá-me DMF todos os dias, que eu leio...

Beijo

pin gente disse...

para mim as despedidas são sempre difíceis... deixam-se uma solidão interior.
um beijo, isabel

pin gente disse...

isto é um pedido de regresso. preciso destes poemas!

um beijo
luísa

santiago disse...

vinte e nove de julho foi já há muito tempo...