8.10.07
5.10.07
se eu pudesse trincar a terra toda
sentir-lhe um paladar,
seria mais feliz um momento.
mas eu nem sempre quero ser feliz.
é preciso ser de vez em quando infeliz
para se poder ser natural.
nem tudo é dias de sol,
e a chuva, quando falta muito, pede-se.
por isso tomo a infelicidade com a felicidade
naturalmente, como quem não estranha
que haja montanhas e planícies
e que haja rochedos e erva.
o que é preciso é ser-se natural e calmo
na felicidade ou na infelicidade,
sentir como quem olha,
pensar como quem anda,
e quando se vai morrer,
lembrar-se de que o dia morre,
e que o poente é belo e é bela a noite que fica.
assim é e assim seja.
2.10.07
florbela espanca
gosto de ti apaixonadamente,
de ti que és a vitória, a salvação,
de ti que me trouxeste pela mão
até ao brilho desta chama quente.
a tua linda voz de água corrente
ensinou-me a cantar. e essa canção
foi ritmo nos meus versos de paixão,
foi graça no meu peito de descrente.
bordão a amparar minha cegueira,
de noite negra o mágico farol,
cravos rubros a arder numa fogueira!
e eu, que era neste mundo uma vencida,
ergo a cabeça ao alto, encaro o Sol!
águia real, aponta-me a subida!
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